LIVROS
Sociologia do Conhecimento, Pragmatismo e Pensamento Evolutivo
Autor: Renan Springer de Freitas
ISBN: 85-7460-210-8
Editora: EDUSC, ANPOCS
Edição: 2003
Número de páginas: 310
Sinopse: Quando, no final do século 19, a física newtoniana revelou-se falível, o mito Iluminista de que conhecimento científico é sinônimo de certeza apodítica começou a desabar e uma indagação, até então inconcebível, começou a se impor: se o conhecimento científico pode, mais cedo ou mais tarde, revelar-se deficiente, ou mesmo equivocado, então a que ele vem? Se a ciência não dispõe de um método que garanta, de antemão, a validade de seus resultados, então que privilégio, se é que há algum, ela pode ter sobre outras formas de conhecimento? O século 20 apresentou duas respostas dignas de interesse.
Uma primeira, tributária do pensamento darwiniano, consiste em afirmar que o conhecimento científico, embora falível, é privilegiado porque pode evoluir através da produção de hipóteses e da retenção provisória das que resistem aos mais rigorosos testes. Uma segunda, tributária de uma peculiar combinação do empirismo cético de Hume com o comunitarismo epistemológico de Wittgenstein, toma o inegável caráter falível do conhecimento científico como a prova cabal de que este não é mais que a prática organizada de um grupo. Nessa perspectiva, se algum privilégio lhe pode porventura ser atribuído, é tão somente o de desfrutar de um caráter institucional.
O livro discute a pertinência de cada uma dessas respostas através do exame de seus respectivos desdobramentos. A primeira se desdobrou na epistemologia sem sujeito conhecedor de Karl Popper. A segunda teve vários desdobramentos, das sociologias do conhecimento de Thomas Kuhn e de David Bloor ao pragmatismo de Richard Rorty.
Embora o Autor apresente restrições à resposta darwiniana, ele a considera a mais promissora.